Rosane Machado de Andrade
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AS ‘SAIDINHAS’ PERIGOSAS DOS ANIMAIS
A cena se repete em muitas cidades: um portão que se abre, a ilusão fugaz de liberdade e um tutor que, por vezes, demonstra um descaso alarmante. Essa permissão para as chamadas ‘saidinhas’, aparentemente inofensiva, pode rapidamente se converter em um cenário de perigo extremo para cães e gatos.
Os riscos que espreitam nas ruas são vastos e, lamentavelmente, muitas vezes ignorados. No emaranhado do trânsito urbano, a vulnerabilidade dos animais soltos os coloca à mercê de atropelamentos. A ameaça, contudo, não se restringe aos veículos; casos de envenenamento, seja por substâncias espalhadas inadvertidamente ou por atos de maldade, pairam como um espectro sombrio.
O contato com outros animais, cuja origem e histórico de saúde são desconhecidos, abre portas para a transmissão de doenças infecciosas e parasitas. Ademais, a falta de castração e vacinação agrava ainda mais os riscos dessas ‘saidinhas’. Um animal não castrado pode retornar com doenças sexualmente transmissíveis ou, no caso de fêmeas, prenha, aumentando ainda mais a população de animais abandonados.
A ausência de vacinação os torna suscetíveis a diversas doenças graves, colocando em risco não apenas a saúde do próprio animal, mas também a de outros pets e, em alguns casos, até a saúde pública. Confrontos e brigas entre animais errantes podem resultar em ferimentos sérios, infligindo dor e sofrimento. E talvez a consequência mais dolorosa seja a perda.
A cada ‘saidinha’, aumenta exponencialmente a chance de o animal se desorientar e se perder, culminando em abandono e angústia, tanto para o pet quanto para o tutor – caso este realmente se importe com o seu paradeiro.
Em centros urbanos como Criciúma, a triste realidade de animais vagueando sem supervisão, sem coleira ou qualquer forma de identificação, escancara a negligência de alguns tutores que parecem alheios ao destino de seus companheiros.
Em muitos casos, essa permissão displicente para as ‘saidinhas’ pode, na verdade, mascarar um abandono velado. A falta de preocupação com o paradeiro do animal e a ausência de medidas para garantir seu retorno seguro revelam uma negligência tão grave que se assemelha ao abandono explícito.
Deixar um animal à própria sorte nas ruas, exposto a inúmeros perigos, demonstra uma falta de responsabilidade e de afeto que fere os princípios da tutela responsável. Permitir que um animal vagueie livremente pelas ruas não é um ato de carinho, mas sim uma exposição desnecessária a riscos evitáveis.
A segurança e o bem-estar dos animais de estimação são responsabilidade inalienável de seus tutores, que devem zelar por sua proteção em todos os momentos, evitando essas práticas de risco e refletindo sobre o real significado de cuidar de uma vida.