Sinplasc participa de audiência pública no Senado sobre Tratado Global Contra Poluição Plástica

Sinplasc participa de audiência pública no Senado sobre tratado global contra poluição plástica

BRASÍLIA – Uma comitiva coordenada pelo Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc) esteve em Brasília na manhã desta quinta-feira (24) acompanhando a Audiência Pública no Senado, convocada pelo senador Esperidião Amin (PP-SC) para discutir o posicionamento brasileiro nas negociações do Tratado Global Contra Poluição Plástica.

A negociação trata um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição plástica que está sendo construído e já conta com uma minuta em fase final. Uma quinta e última reunião está prevista para agosto em Genebra, na Suíça, onde os 175 países membros da ONU discutirão o documento final em cima deste texto.

Os integrantes da comitiva foram: Reginaldo Cechinel, presidente do Sinplasc; Anselmo Freitas CEO da Cristalcopo; Valdir Fontanella, presidente da Amrec; Estefane Teixeira, CEO da Teixeira Textil e Elias Caetano, diretor executivo do Sinplasc. O setor também contou com a participação de Paulo Teixeira, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) compondo a mesa. Parlamentares também estiveram presentes em defesa da sustentabilidade econômica da região sul do estado. Volnei Weber, deputado estadual (MDB), presidente da Frente Parlamentar da Reciclagem da Alesc; Daniel Freitas, deputado federal (PL) e Alex Brasil, deputado estadual (PL).

Elias Caetano, representando o setor produtivo, apresentou preocupações, propostas e argumentações aos parlamentares e aos negociadores oficiais da delegação brasileira em especial à Embaixadora Maria Angélica Ikeda (Itamaraty), porta voz do Brasil na mesa, e o secretário Adalberto Maluf (MMA), para que possam levar em consideração no seu posicionamento na próxima e última rodada de negociações em Genebra. O Sinplasc destacou especialmente o polo de descartáveis e a reciclagem da região, que foi um fato novo e importante.

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Para o setor de transformados plásticos situado no Sul de SC, o Artigo 3º previsto na atual minuta do Tratado é preocupante pois versa sobre uma lista de produtos para banimento e proibição onde se destacam os descartáveis, exigindo especial atenção pois impacta de forma direta as indústrias da região Sul de SC.

Além da indústria, o debate contou com a presença de representantes do governo brasileiro, dos catadores, da academia e de ONG´s. O Senador Amin conduziu os trabalhos conferindo ampla oportunidade de manifestação a todos as partes interessadas. “Percebemos um clima bastante hostil aos plásticos descartáveis e muita desinformação sobre o segmento. Descartáveis são hoje o principal alvo de medidas de banimento como está proposto no artigo 3º da do Tratado Global Contra a Poluição Plástica e também no Projeto de lei 2524/2022 que tramita no Senado que também versa no sentido de banimento. Hoje o patinho feio são os descartáveis, amanhã será o quê?”, questiona Caetano.

“A embaixadora foi muito ponderada, sensata, coerente. Gostamos muito da fala dela revelando a preocupação com o setor econômico. Ela chegou a mencionar especificamente a importância de algumas embalagens, mas ainda não se manifestou explicitamente os descartáveis previstos na minuta. Diante da demonstração de receptividade e abertura dela devemos elaborar uma agenda e um convite para que ela venha visitar a nossa região e conhecer o polo nacional de descartáveis. Portanto foi muito importante a participação da comitiva, a presença e a manifestação de todos que se posicionaram em apoio ao setor e à região. Foi muito bom, muito positivo! A presença foi sentida e fez diferença no equilíbrio do debate, foi uma autêntica demonstração de força e representatividade”, destaca Elias.

Ainda segundo Elias Caetano, “a relevância da pauta extrapola o mero interesse setorial dos plásticos. Significa que a economia de uma região inteira está seriamente ameaçada e precisa estar mobilizada e preparada para enfrentar essas ameaças rapidamente. O Congresso Nacional e o Governo Federal também precisam ser conscientizados do impacto que este tema gera especialmente para a nossa região. É preciso evidenciar esta pauta pela segurança da nossa economia. Também é fundamental considerar que a reciclagem ainda é a melhor solução para o destinação adequada para os resíduos, e somos o segundo maior polo reciclador de plásticos do Brasil, atrás apenas de São Paulo, o que significa que conhecemos os gargalos e os desafios dessa cadeia produtiva assim como os fatores críticos para a ampliação dos índices dessa atividade, que, além de resolver com efetividade o problema dos resíduos plásticos, ainda gera emprego, renda e inclusão social. Somente a região Sul do Estado recicla em torno de 135 mil toneladas de materiais plásticos por ano beneficiando diretamente cerca de 36 mil catadores. Justamente neste sentido o setor está organizando um grande evento inovador para debatermos o tema de forma qualificada e propositiva, o Hackathon Renovaplast acontece amanhã (26) durante todo o dia no CRIO em Criciúma e propõe a busca e o desenvolvimento de soluções para desafios para o aumento da reciclagem na região. Especialistas, cadeia produtiva, pesquisadores, municípios entre outros atores chave estarão focados em construir propostas que ao final serão premiadas e apoiadas”, finaliza o diretor executivo do Sinplasc.

Fonte: Elias Caetano/Sinplasc

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