Coluna 08_ 11/04/2025
” POR AÍ, CONTANDO HISTÓRIAS…”
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Estudos e reportagens recentes apontam que a geração atual está desaprendendo habilidades manuais que a humanidade levou mais de cinco mil anos para desenvolver. Em meio à tecnologia acelerada, práticas como bordar, costurar, escrever à mão, plantar e até cozinhar do zero estão se perdendo. Segundo especialistas, essa perda pode impactar não só nossa autonomia, mas também nossa saúde mental e nossa conexão com o tempo real.
Vivemos em um tempo em que a rapidez é celebrada. Tudo precisa ser instantâneo, eficiente, automático. E, embora a tecnologia tenha facilitado muitos aspectos da vida, ela também nos afastou do processo, do toque, da construção paciente das coisas. A vida ficou mais prática, sim — mas também mais impessoal, mais distante do presente.
Eu, por exemplo, escrevo tudo à mão. Não consigo passar minhas ideias direto para a máquina — preciso senti-las sendo transportadas como energia, da minha mão para o papel. É assim que as palavras ganham corpo, ritmo e verdade. Para mim, esse gesto é quase uma forma de respeito com o que está por vir.
Hábitos antigos, muitas vezes vistos como ultrapassados, têm retornado justamente por devolverem à vida um pouco de presença. Cozinhar com calma, cultivar uma horta, costurar, cuidar da casa com afeto, escrever cartas — tudo isso pode parecer simples, mas tem um efeito profundo: nos reconecta com o tempo real, com o corpo, com a mente, com a história.
Mais do que nostalgia, resgatar esses gestos é reaprender a viver com consciência. Otimizar o tempo não significa correr mais, mas usá-lo com sentido. Os saberes antigos nos ensinam exatamente isso: que a pressa nem sempre é sinônimo de produtividade, e que qualidade de vida começa quando damos valor ao processo, não só ao resultado.
Talvez a felicidade more mesmo nas entrelinhas de uma página escrita à mão ou no cheiro do bolo que assa no forno de casa.
Resgatar o que é antigo não é andar para trás — é lembrar que, para seguir em frente com equilíbrio, às vezes é preciso carregar junto o que nos fez bem. Porque viver bem não é fazer tudo ao mesmo tempo, é fazer uma coisa de cada vez, com o coração inteiro.
”O conteúdo publicado neste espaço é de inteira responsabilidade deste autor”.
Caroline Henriques, acadêmica de jornalismo, leitora crítica e escritora.
FOTO: produzida por IA / Google.
1 Comentário
Interessante este assunto abordado. É a realidade descrita em sua palavras. Caroline Henriques gosto muito da maneira opinativa com tu abordas os temas para pautas. Irei te sugerir que faças uma pauta relacionada as mães solos e os desafios e sacrifícios que elas passam pra criar seus filhos sem uma rede de apoio tendo que abrir mão de empregos, oportunidades e estudos. Se possível te agradeço vai ser muito interessante ler está pauta. Tenho certeza que muitas mães irão se identificar