Coluna 14_ 16/05/2025
” POR AÍ, CONTANDO HISTÓRIAS…”
INSTAGRAM: @livroteca.com.cha
FACEBOOK: @autoracarolinehenriques
YOUTUBE: @livroteca.comcha
TIKTOK: @teabook.library
Até pouco tempo atrás, bastava o sinal tocar para que os corredores escolares se transformassem em corredores digitais. Cabeças abaixadas, olhos grudados nas telas e dedos em maratona nos teclados. Mas, com a recente proibição do uso de celulares nas salas de aula, o cenário mudou — e, surpreendentemente, para melhor.
Em vez de atualizações nas redes, estudantes agora atualizam suas estantes mentais. Bibliotecas de escolas particulares, como o CEL e o Franco-Brasileiro, registraram um aumento de até 40% na presença de alunos nesses espaços. Entre estantes de livros e jogos de tabuleiro, o que antes parecia desinteressante virou refúgio.
A busca por livros voltou a crescer — e não estamos falando apenas dos obrigatórios. Em 2024, quando os celulares ainda eram liberados, um aluno pegou apenas 13 títulos no ano inteiro. Agora, com as telas fora de cena, esse número já foi superado em poucos meses. O que era distração virou descoberta.

Mais do que uma consequência de regras rígidas, essa mudança revela uma oportunidade: reconectar os jovens ao prazer da leitura, à troca de ideias fora dos grupos virtuais e à boa e velha conversa olho no olho, quem sabe acompanhada de um xadrez ou de um mistério de Agatha Christie.
Talvez, no silêncio das bibliotecas, os adolescentes estejam ouvindo algo que o barulho das notificações abafava: a própria curiosidade.
” O conteúdo publicado neste espaço é de inteira responsabilidade desse autor “.
Por Caroline Henriques, acadêmica de jornalismo, leitora crítica e escritora.
Fontes: G1.
Fotos: Caroline Henriques.