Estamos ensinando a acertar ou a pensar?

Vivemos a era do boletim bonito e da aprendizagem rasa. A escola, em muitos casos, deixou de ser um espaço de formação para se tornar um palco de performance. Alunos estudam para a prova, não para a vida. Decoram fórmulas, engolem conteúdos, fazem simulados, mas saem de lá sem saber pensar, argumentar, escolher ou lidar com frustrações. E a culpa não é só da escola. É de todos nós. Pais que valorizam mais a nota do que o processo. Professores pressionados por metas que ignoram o ser humano. Alunos que aprendem desde cedo que o importante é acertar, não compreender.

Quem ensinou nossos filhos que o valor deles cabe em uma média?
Quem transformou o erro em vergonha, a dúvida em fraqueza, o conhecimento em obstáculo?

Estamos sufocando o pensamento crítico em nome de boletins impecáveis. Formando jovens que tremem diante de uma prova, mas não sabem reagir diante da vida.

Quantas vezes você perguntou ao seu filho o que ele aprendeu, e não apenas quanto ele tirou?

Avaliar é necessário, claro. Mas avaliação não pode ser sentença. A escola precisa voltar a ser um lugar de sentido, reflexão e diálogo. As notas deveriam ser consequência do aprendizado, e não sua única medida. Enquanto continuarmos treinando alunos apenas para passar em provas, e não para encarar a vida, seguiremos formando mentes frágeis, inseguras e desinteressadas.

Está na hora de perguntar: Queremos estudantes premiados ou cidadãos preparados?

Porque são raros os que tiram 10 na vida, e a maioria deles aprendeu muito mais nos tropeços do que nos acertos. Um boletim bonito pode até encher os olhos.
Mas é o olhar curioso, o pensamento inquieto e a coragem de errar que vão levar nossos filhos adiante.

Provas passam. A vida cobra de verdade. E aí, quem estará pronto?

Foto: IA

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