Evento reúne visitantes de toda a região, além de participantes de diferentes estados do país
CRICIÚMA – Pela primeira vez no país, associações de pacientes com fibromialgia estão reunidas em um momento para troca de experiências e conhecimento, em um ambiente de empatia e solidariedade. Trata-se do 1º Fórum Nacional de Fibromialgia da Unesc, evento que reúne mais de 600 participantes, divididos entre os modelos presencial e online e faz alusão ao Dia Mundial da Fibromialgia, celebrado no dia 12 de maio.
Profissionais da saúde, pesquisadores, acadêmicos, pacientes e familiares iniciaram, na manhã desta terça-feira (6/5), uma jornada que promete entrar para a história dos cuidados à pessoa com fibromialgia em todo o país.
Junto de lideranças nacionais, a equipe que comanda o Ambulatório de Atenção à Saúde da Pessoa com Fibromialgia da Unesc (Amasf), referência na área, programou para esta terça e quarta-feira (6 e 7/5) uma série de atividades que envolvem palestras, painéis e oficinas – tudo pensado para promover a qualidade de vida dos pacientes.
Na abertura oficial, realizada no Auditório Ruy Hülse, já foi possível dimensionar a importância do evento. Emocionados, os envolvidos na mobilização tiveram espaço para agradecimentos e homenagens.
O evento foi transmitido ao vivo pelo canal da Unesc TV no YouTube e pode ser acessado pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=SR8Xc5RJGvI.
Grande incentivadora do Amasf, a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, fez questão de rememorar a criação do grupo diante de uma necessidade emergente à época e que, a cada dia, se mostra mais evidente.
“Preciso agradecer à nossa equipe, que se debruçou sobre estudos de técnicas e se dedicou a cada necessidade para que fosse possível, em 15 dias, criar o Ambulatório. Hoje, temos uma média de atendimento de 200 mulheres por mês. Em 2024, atendemos mais de 1.500 pacientes – ou seja, todas essas vidas impactadas diretamente. Isso tem muito, muito valor”, destacou.
Por toda a atenção dedicada à causa, a reitora recebeu uma homenagem especial da equipe das Clínicas Integradas, assim como os ex-coordenadores do Amasf, Mágada Tesman e Aires Mondardo.
Para a coordenadora das Clínicas Integradas da Unesc, Carine Cardoso, a reverência é mais do que necessária e merecida.
“Todos os dias nós, profissionais da saúde, viemos para a Universidade para oferecer cuidado e atenção ao paciente, seja no processo formativo ou nos atendimentos à comunidade. Temos a oportunidade e a missão de fazer isso com excelência, graças a uma liderança que nos dá exemplo, que nos motiva e faz acontecer. Se estamos aqui hoje com um grande evento como este, sendo referência nacional e fazendo a diferença na vida de tantas pessoas, é pelo aval e pelo incentivo dela”, garantiu, acrescentando agradecimentos especiais aos ex-coordenadores que se dedicaram nos primeiros passos do grupo.
Atenção especial à saúde mental
Na manhã de celebração, a presidente da Associação Girassóis Fibromiálgicos do Extremo Sul Catarinense, Giselli Cunha, relembrou, emocionando a todos, o momento em que encontrou na Unesc uma alternativa decisiva para sua vida.
“Vim acreditando que seria mais um dia, mais um tratamento, de tantos que já havia tentado – que não seria suficiente para que eu quisesse continuar vivendo. Foi a partir do acolhimento que tive aqui que aceitei o tratamento e aceitei minha condição de fibromiálgica. A reitora Luciane foi uma mãe para mim. Secou as minhas lágrimas. Foi ali que minha esperança nasceu”, relembrou a liderança da Associação, que hoje envolve pacientes das regiões da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc) e da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel).
Um dado apresentado pela presidente da Associação Fibromiálgicas do Brasil, Dayane da Silva Jakel, chamou a atenção ao revelar que 70% das pacientes com fibromialgia têm depressão profunda, sendo que 30% dessas têm histórico de ideação suicida.
“Esse é um número muito grave, que descobrimos com três meses de pandemia. De lá para cá, o que eram grupos no WhatsApp, comunidades no Orkut e grupos no Facebook se tornou uma causa com um propósito definido”, destacou Dayane.
O desejo, conforme ela, é que, a partir dessas mobilizações – que ganham ainda mais evidência com o Fórum –, seja possível levar adiante, com mais força, a bandeira das pessoas com fibromialgia.
“Que a gente multiplique esse projeto da Unesc para que todos tenham direito ao tratamento dessa forma e que a gente crie uma perspectiva de futuro com fibromialgia que não seja sinônimo de solidão, tristeza e dor, mas de acolhimento, bem-estar e pertencimento – no qual possamos nos apoiar umas às outras”, sintetizou.
Ainda pela manhã, o evento contou com um momento especial de descontração e alongamento, com a palestra da coordenadora da Área Técnica da Saúde da Pessoa com Deficiência, Jaqueline Reginato, e da coordenadora das Clínicas, Carine Cardoso, abordando os “Avanços e Conquistas na Atenção à Saúde da Pessoa com Fibromialgia”. A manhã foi encerrada com uma troca de experiências entre pacientes do Amasf.
Ao longo de toda a tarde, nove oficinas reuniram e animaram as participantes, que puderam conhecer diferentes espaços do campus.
Na manhã de quarta-feira, o Auditório Ruy Hülse receberá ainda as últimas atividades do Fórum, com palestras ministradas por especialistas de referência nacional. A atividade será transmitida pelo YouTube da Unesc TV, no link: https://www.youtube.com/watch?v=j8clG9oSCj8.
Fonte: Mayara Cardoso/Agecom Unesc