Rosane Machado de Andrade
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Filhotes e Crianças: Um Alerta Urgente Contra o “Presente” Perigoso
É alarmante a naturalidade com que muitos pais expõem animais, especialmente filhotes, a situações de maus-tratos nas mãos de crianças pequenas, tudo em nome de um vídeo “fofo” para as redes sociais. Mais preocupante ainda é a reação defensiva e, por vezes, agressiva desses adultos quando alguém tenta intervir. Precisamos falar abertamente sobre o perigo de dar animais como “presentes” a crianças pequenas, sem a devida supervisão e educação sobre o respeito à vida.
As redes sociais estão repletas de vídeos onde crianças, por pura falta de noção e supervisão, puxam o rabo de filhotes, apertam-nos de forma inadequada, jogam-nos no chão ou os seguram de maneira a causar dor e medo. Enquanto o animal se debate em sofrimento, os pais filmam e riem, transformando a agonia do bichinho em entretenimento. Essa atitude, além de cruel para o animal, é extremamente prejudicial para a formação da criança, que crescerá aprendendo que a vida de um ser indefeso pode ser objeto de brincadeira e que seus atos não terão consequências.
Quando um adulto, preocupado com o bem-estar do animal, tenta chamar a atenção para esses atos, a resposta é frequentemente de ofensa e irritação. “É só uma criança!”, “Ela não sabe o que está fazendo!”, ou “Não se meta na minha criação!” são frases comuns. No entanto, é exatamente por “não saber o que está fazendo” que a criança precisa de orientação e educação. A responsabilidade de ensinar o respeito e a empatia é dos pais, e permitir que a criança maltrate um animal é negligência e, em muitos casos, conivência com a crueldade.
Um animal não é um brinquedo. Filhotes são seres vivos, frágeis, que sentem dor, medo e precisam de cuidados, paciência e muito carinho. Colocá-los nas mãos de crianças pequenas sem a orientação adequada e a supervisão constante de um adulto é colocá-los em risco iminente de sofrimento físico e psicológico. Além disso, a criança que aprende a maltratar um animal, por menor que seja, pode desenvolver uma insensibilidade perigosa que se estenderá para outras áreas da vida.
É urgente que os pais compreendam a seriedade dessa questão. Mais do que filmar o “momento”, é preciso ensinar. Ensinar a tocar com gentileza, a respeitar os limites do animal, a entender que ele não é um objeto. Se a intenção é ter um animal em casa, que seja uma decisão consciente e responsável de toda a família, com a devida preparação para o cuidado e a educação das crianças sobre o respeito à vida. O bem-estar do animal e a formação de um cidadão empático dependem dessa atitude.