A série Adolescência trouxe uma visão sensível e realista sobre os desafios dessa fase da vida. Mostra as dores, descobertas e conflitos que fazem parte do crescimento, abordando temas como autoestima, identidade, saúde mental, redes sociais, relacionamentos e pressão social. Com linguagem próxima dos jovens, a série ajuda pais, professores e adultos a entenderem melhor o universo adolescente. Mostra a importância da escuta, do afeto e de espaços seguros para que os jovens possam se expressar. Os personagens retratam sentimentos comuns: solidão, desejo de pertencimento, conflitos familiares e a busca por aceitação. Isso permite que os adolescentes se reconheçam e reflitam sobre suas emoções e escolhas, ao mesmo tempo, convida os adultos a se perguntarem: “Será que eu conheço meu filho ou meu aluno de verdade? A série não aponta culpados, mas propõe responsabilidade compartilhada. Pode provocar desconfortos, especialmente quando revela o silêncio e a ausência dos adultos, tanto na família quanto na escola. Para os professores, é um convite a olhar além das notas e regras, percebendo o que os comportamentos silenciosos podem dizer. A presença verdadeira, o vínculo e o diálogo são essenciais para construir relações mais humanas com os adolescentes. Mais do que ensinar, a série Adolescência provoca: provoca escuta, empatia e ação. E lembra que educar e ensinar exige coragem para olhar com verdade para si mesmo e para o outro.
Fica aqui uma sugestão aos professores:
Assistindo à série Adolescência com olhar Pedagógico.
Objetivo: Usar a série Adolescência como ferramenta de reflexão e aproximação com os alunos, identificando temas relevantes da realidade juvenil.
Assista com escuta ativa: A série provoca mais do que conforta. Observe silêncios, relações familiares e escolares. Pergunte-se: “O que essa cena desperta em mim como professor?”
Identifique temas centrais: Anote o que aparece em cada episódio como Bullying, misoginia, violência de gênero, masculinidade tóxica, solidão e saúde mental, cultura digital e radicalização, falta de diálogo com adultos, omissão da escola e da família.
Conecte com sua prática: Essas situações já apareceram em sua escola? Como os alunos expressam dor ou carência de afeto? A escola acolhe ou ignora esses sinais? Reconhece falas da série no dia a dia escolar?
Reflita sobre o papel do professor: A ausência do professor na série é simbólica. Que diferença sua presença poderia fazer na vida dos personagens? Seus alunos se sentem vistos e escutados por você?
Sugestões pedagógicas: Roda de conversa entre professores, dinâmicas de escuta ativa, formação com psicólogos e gestores, projetos com alunos sobre identidade e pertencimento.
Cuide de si também: A série pode tocar em vivências pessoais, fale com colegas ou busque apoio se precisar, educar exige presença, afeto e equilíbrio emocional.
“Quem ensina não salva sozinho, mas pode ser o primeiro adulto a fazer a diferença.”
Foto: IA