Coluna 02 – 05/03/2025
Por aí, contando histórias…
@livroteca.com.cha
A tragédia silenciosa da exaustão e da depressão
Nas últimas semanas, nossa região foi impactada por mais uma perda irreparável. Uma educadora, exausta pela sobrecarga e pela pressão constante, sucumbiu à depressão. Um desfecho doloroso, mas infelizmente comum. Esse caso levanta um alerta urgente sobre como a exaustão profissional e os transtornos psicológicos estão intimamente ligados.
Vivemos em uma sociedade que glorifica a produtividade, mas ignora o sofrimento. Jornadas extensas, cobranças excessivas, falta de apoio emocional e a ideia errônea de que buscar ajuda é sinônimo de fraqueza. Mesmo não sendo o caso, onde a vítima buscou inúmeras vezes por ajuda, inclusive em órgãos responsáveis, que deveriam estar a disposição para a comunidade, esse cenário leva muitos ao limite, esgotando não apenas suas energias, mas sua esperança.
Campanhas como o “Setembro Amarelo” surgem para trazer conscientização sobre o suicídio e a importância da saúde mental, mas a realidade é que o amparo precisa ser constante. O cuidado com quem sofre de transtornos psicológicos não pode se restringir a um mês específico, assim como a empatia NÃO pode ter prazo de validade.
As autoridades têm o dever de olhar para a saúde mental com a seriedade que ela exige. Não basta apenas falar sobre prevenção, é necessário oferecer suporte real: condições de trabalho dignas, ambientes menos opressores, acessibilidade a tratamentos psicológicos e psiquiátricos e uma mudança na cultura corporativa, que precisa entender que um funcionário sobrecarregado não está feliz, por conta disso, não exercerá sua função com eficiência.
A dor de quem parte nos lembra de que precisamos fazer mais. A empatia precisa sair dos discursos e se tornar uma prática cotidiana. Se você conhece alguém que está em sofrimento, ofereça ajuda, escute, oriente a buscar apoio profissional. Pequenos gestos podem salvar vidas. E às autoridades, um recado: a saúde mental também é uma questão de política pública.
Que essa perda não seja apenas mais um número nas estatísticas, mas um chamado para mudarmos a realidade que está adoecendo tantas pessoas.
Se priorize, se cuide!
Por Caroline Henriques, acadêmica de Jornalismo, escritora e criadora de conteúdo literário.
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Foto: retirada do Pinterest, autor desconhecido.