Dispositivos Auxiliares para o Idoso

Coluna 12– 28/05/2025

De Repente 60+

@jusmondardo / email: [email protected]

Dispositivos Auxiliares

São dispositivos que auxiliam o idoso em suas atividades de vida diária, como bengalas, andadores, assentos elevados, barras de apoio, entre outros.

Na maioria dos casos os idosos param de sair de casa devido as dificuldades enfrentadas tanto pela parte física como pela parte estrutural. Na parte física, ao envelhecer perdemos massa magra, com isso diminui a força muscular e equilíbrio do nosso corpo, e na parte estrutural, a acessibilidade de forma geral é muito precária as pessoas com necessidades especiais. Mas não podemos desistir, sempre digo que a melhor forma de ocorrer mudanças é mostrar que apesar das dificuldades, elas estão sendo enfrentadas pelo grande motivo de querer continuar vivendo, e esperamos que outras pessoas vejam isso e consigam melhorar para um futuro próximo os aspectos estruturais da cidade.

Dentre os dispositivos auxiliares o andador tem um papel de extrema importância para o idoso continuar caminhando de forma segura. Para isso é necessário a orientação de um profissional capacitado para auxiliar e ajustar o momento de iniciar o uso com base na necessidade e condições para cada pessoa. Percebemos diariamente um familiar querendo ajudar e comprando um dispositivo para o idoso, mas nem sempre é o mais indicado devido a variedade, com o uso inadequado ou incorreto pode aumentar o risco de quedas e outros problemas de saúde. A forma ideal, é através do profissional de saúde especialista em Gerontologia ou Geriatria, através de uma avaliação ampla, entendendo a necessidade e as condições deste idoso, indicar o melhor dispositivo auxiliar e adaptando e treinando para melhorar de forma geral sua deambulação. Quantas vezes já viu seu familiar caminhar carregando a bengala ou o andador no alto? Nessa hora, o andador ou bengala está mais atrapalhando que ajudando, precisamos pensar no dia a dia do idoso, ir treinando com ele o uso do dispositivo, até realmente ele estar apto para utilizar com segurança. Outro ponto importante é a acessibilidade dentro de sua casa, precisamos pensar nessa estrutura para indicar um dispositivo e/ou a necessidade de mudanças no local para garantir a segurança desse idoso.

Em especial quero falar sobre esse andador da foto, onde ele possibilita que o idoso consiga caminhar além do ambiente domiciliar. Com as rodas maiores possibilita a locomoção com maior facilidade, apresenta freios nas mãos, e assento para descanso, com a orientação de sempre ter um acompanhante próximo. Este andador é ideal para passeios com a família, permite que o idoso esteja seguro, tanto para caminhar e para descansar a qualquer momento.

Na foto, Angélica, com 95 anos, utiliza o andador para fazer suas caminhadas ao redor de casa, como em suas saídas e passeios. Promovendo a segurança na deambulação, o idoso está sempre em movimento, alcançando nossos objetivos de mantê-lo ativo.

Em países desenvolvidos observamos em todos os lados os idosos utilizando esse tipo de andador nas ruas, com ou sem acompanhantes, com diversas idades e diferentes locais. Avistei duas senhoras no mercado público andando juntas com o andador e conversando. É muito importante o envelhecer com vida social ativa, além da atividade física, com independência, estamos estimulando a parte cognitiva, a autonomia, com isso mantendo uma boa qualidade de vida.

Na última sexta-feira, uma paciente, com 90 anos, manifestou a vontade de fazer um passeio juntamente com o grupo de idosos para Imbituba, conversei com a família, e indiquei esse andador. Um trabalho em equipe, família disponibilizando o andador, a fisioterapeuta orientando e adaptando o dispositivo, uma cuidadora atenciosa e comprometida, o resultado foi maravilhoso. A idosa passeou, caminhou, sentou, bateu várias fotos, dançou (pois o andador virou seu parceiro de dança), teve um dia incrível, graças a este dispositivo que possibilita o caminhar com segurança e toda sua rede de apoio.

Muitos ainda comentam terem vergonha de usar bengalas ou andadores, mas precisamos explicar e tentar a aceitação deles para poderem continuar vivendo e com segurança.
Profissionais capacitados auxiliam os familiares nesse processo, e como fisioterapeuta, trabalhamos para cada dia mais acrescentar vida nesses longos anos vividos.

Por Juliana Mondardo, Fisioterapeuta e Especialista em Gerontologia.

“O conteúdo publicado neste espaço é de inteira responsabilidade deste autor.”

Foto: Juliana Mondardo