O Jornalismo e sua Essência: Por que Celebrar e Refletir?

Coluna 07_ 08/04/2025

“POR AÍ, CONTANDO HISTÓRIAS…”

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Facebook: Autora Caroline Henriques

No dia 7 de abril, celebra-se o Dia do Jornalismo no Brasil — uma data criada em homenagem ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, assassinado em 1830 por defender a liberdade de expressão e de imprensa.

Essa data nos convida não apenas a comemorar uma das profissões mais fundamentais da sociedade, mas também a refletir sobre seu papel atual, suas fragilidades e sua indispensável missão.

Por que o Jornalismo é tão importante?

Vivemos em uma era de hiperconectividade, onde a informação circula em velocidade recorde. Nesse cenário, o jornalismo se torna o fio condutor entre os fatos e o entendimento social. O jornalista é o profissional responsável por investigar, apurar, interpretar e transmitir informações com clareza, precisão e, acima de tudo, responsabilidade.

O jornalismo é o “quarto poder”, como muitos dizem — e não é à toa. Ele fiscaliza, denuncia, educa, informa, acolhe, alerta e, sobretudo, forma opinião. É por meio dele que entendemos o mundo ao nosso redor, que acessamos diferentes vozes e que temos nossos direitos assegurados pela consciência coletiva. Um país com jornalismo forte é, sem dúvida, um país mais democrático.

Como a sociedade enxerga o jornalismo hoje?

Nos últimos anos, o jornalismo tem enfrentado uma crise de credibilidade. A polarização política, o excesso de desinformação e a disseminação de fake news fizeram com que parte da população passasse a desacreditar na imprensa. Isso, no entanto, não diminui sua importância — ao contrário, reforça a necessidade de um jornalismo ético, transparente e comprometido com a verdade.

Ética, o coração da profissão:

Ser jornalista não é apenas escrever bem ou ter boa oratória. Ser jornalista é ter postura, caráter e ética profissional. O Código de Ética do Jornalista Brasileiro aponta diretrizes essenciais, como:

*O compromisso com a verdade e a apuração rigorosa dos fatos;

*O respeito à dignidade humana, à diversidade e aos direitos individuais;

*A independência diante de interesses políticos, econômicos e ideológicos;

*A correção de erros e o direito de resposta;

*A recusa de práticas sensacionalistas, preconceituosas ou que estimulem a violência.

Um jornalista ético é aquele que, mesmo diante da pressão, não negocia princípios. Ele entende que cada palavra publicada pode educar ou confundir, acolher ou machucar, esclarecer ou manipular.

Quando a comunicação falha…

Basta um erro na apuração, uma informação mal interpretada ou uma manchete tendenciosa para causar danos profundos. Imagine um exemplo simples: uma matéria que anuncia, erroneamente, o fechamento de uma escola pública pode gerar pânico entre pais e alunos, protestos desnecessários e desorganização na comunidade. Ou ainda, a divulgação precipitada de um nome em uma investigação pode manchar a reputação de alguém inocente para sempre.

Esses exemplos mostram como o jornalismo mal feito pode desinformar, gerar caos ou comprometer a credibilidade de instituições. Por isso, o cuidado com a informação é um ato de cidadania e de humanidade.

Quando o jornalismo transforma…

Por outro lado, um jornalismo responsável pode salvar vidas. Uma reportagem sobre uma fraude em serviços públicos pode levar à investigação e à melhoria do sistema. A divulgação de uma campanha de doação pode ajudar milhares de pessoas. Uma matéria que denuncia uma injustiça pode mobilizar a sociedade e mudar destinos.

O que precisa mudar e o que precisa ser Reconhecido…

É urgente que se reconheça o jornalismo como serviço essencial. Que se valorize o profissional da informação com salários justos, segurança no exercício da profissão e liberdade de expressão. Ao mesmo tempo, é necessário que os próprios veículos se comprometam com práticas mais transparentes, menos comerciais e mais humanas.

O jornalismo é para todos nós!

Informar é uma missão. E, em tempos de ruído e velocidade, quem informa com ética, sensibilidade e responsabilidade se torna uma ponte entre o que somos e o que queremos ser enquanto sociedade. Celebrar o Dia do Jornalismo é reconhecer que, sem ele, seríamos reféns da ignorância, do medo e da manipulação.

Que possamos seguir com jornalistas corajosos, leitores críticos e um futuro onde a verdade continue sendo prioridade.

”O conteúdo publicado neste espaço é de inteira responsabilidade deste autor”

Caroline Henriques, acadêmica de jornalismo, leitora crítica e escritora.